Ciganos

Na Umbanda, o Povo Cigano é um povo independente. Não tem na Umbanda o seu alicerce espiritual; se apresenta também em rituais do tipo mesa branca, no Espiritismo baseado em Allan Kardec, em outros rituais específicos de culto à natureza e todos os seus elementos, por terem herdado de seu povo, o cigano, o amor incondicional à proteção da natureza. Imenso é o número de espíritos ciganos que alcançaram lugar de destaque no plano espiritual e são responsáveis pela regência e atuação em mistérios do plano de luz e seus serviços, carregando a mística de seu povo como característica e identificação.

Os Ciganos, logo no início de suas aparições na Umbanda, eram confundidos com entidades espirituais que vinham na linha dos Exus. Tal confusão se dava porque algumas ciganas se apresentam como Cigana das Almas, Cigana do Cruzeiro ou nomes semelhantes a esses utilizados por Exus e Pombas-Gira. Hoje, diante da manifestação do povo cigano e por estar o culto a eles mais difundido, sabe-se que essas entidades têm sua função e espaço próprio no plano espiritual e dentro das giras dos terreiros,  trabalhando tanto na esquerda quanto na direita.

O Povo Cigano tem uma vibração semelhante a da Linha do Oriente, prestando serviço no campo do bem-estar pessoal e social, saúde, equilíbrio físico, mental e espiritual. Como outras entidades de trabalho da Umbanda, existem entre eles muitos magos e curandeiros, já que aprenderam a magia e a arte da cura durante seus processos reencarnatórios, e hoje, como entidades espirituais, visam fazer o bem ao próximo, trabalhando na caridade.

Suas manifestações, seja através da vibração ou da incorporação propriamente dita, são de muita alegria e alto astral, deixando em seus médiuns uma sensação de bem-estar. As saias das ciganas são sempre muito coloridas e o baralho, o espelho, o punhal, os dados, os cristais, a dança e a música, moedas, medalhas, são sempre instrumentos magísticos de trabalho dos ciganos em geral. Cada cigano tem sua cor de vibração no plano espiritual.

Dentro da Umbanda seus fundamentos são simples, não possuindo assentamentos ou ferramentas para centralização da força espiritual. São cultuados em geral com imagens bem simples, com taças, cristais, doces, frutas e outros objetos da cultura cigana. Para seu culto deve ser reservada uma mesa ou altar em separado ao congá da casa. É muito comum usarem, em suas consultas, moedas antigas, fitas de todas as cores, folha de sândalo, punhal, raiz de violeta, cristal, lenços coloridos, folha de tabaco, tacho de cobre, de alumínio, cestas de vime, pedras coloridas, areia de rio, vinho, perfumes e escolher datas certas em dias especiais sob a regência das diversas fases da Lua para executarem seus trabalhos

Por trabalharem também com as energias do Oriente, utilizam-se de cristais, incensos, pedras energéticas, com as cores, com os quatro elementos da natureza. Cheios de simpatias espirituais, os espíritos ciganos trabalham para a cura de doenças da alma, olhando profundamente nos olhos dos consulentes para enxergarem o que se passa na sua alma, com a intenção de ajudarem naquilo que lhes for permitido.

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