Dia da semana: Sexta-feira (Em algumas casas Quinta-Feira)
Guias: Azul claro intercalado com Azulão, Azulão intercalado com Branco (Cabinda) e Azulão com rosa (Ijexá).
Número de axés: 07 e seus múltiplos.
Região da Africa: Otã.
Comida: farofa doce com bisteca de porco assada e bisteca de porco com feijão fradinho.
Ferramentas: flecha com arco, lança e estilingue.
Ave: Galinha carijó, casal de galinha d’angola (quando oferendar Otim deve-se oferendar também Odé).
Quatro – pé: Porca.
Peixe: pintado.
Lugar de oferendas: mata e praia
Frutas: uva preta, maçã, butiá e araçá.
Qualidades: Anidon, Dígala,Obérémi, Emí, Aridã, Tola, Olobomí,Renique,Talabí,Iborô.
Flor: lírio roxo
Ervas: folha de araçá e butiá
Saudação: Okê Bambo Otim ou Okê arô
Santo que a representa: Santa Rita de Cássia, Santa Bernadete ou Santa Efigênia.
Dia do Ano: 21 de Janeiro
Orixá de origem Ijexá, no Batuque Odé e Otim formam um casal inseparável, onde está Odé está Otim. Odé é representado por um menino portando arco e flecha, suas ferramentas para a caça e Otim porta um cântaro que carrega na cabeça. Orixás da fartura e dos excessos, Odé tem fama de generoso e bom, ele caça, mas fica com pena e remorso e dá a caça a Otim que come tudo rapidamente, sendo apelidada de gorda. São poucos os filhos de cabeça do Orixá Otim, talvez isto explique o seu quase esquecimento no culto, sendo Odé o mais conhecido, este sim com vários filhos.
Orixá da caça filha de Enrilé. Alguns dizem ser esposa de Odé(ou irmã), e que o acompanha pelas matas, caçando. Defende tanto o caçador, quanto a caça. No Candomblé(Nação Ketu e Nagô) existe Oxum Otin – caçadora,arisca, que dizem não incorporar. Uma das funções de Otim seria a de levar água para os Orixás, sendo às vezes representada com um cântaro (Quartinhão) na cabeça. Otim é um Orixá feminino, ligada a Odé, Ossaim, Oxum, Yemanjá e Ogum. Orixá da caça, das presas, da floresta, e que também tem domínio sobre as águas doces.
Enrilé, rei da cidade de Otã, tinha uma filha. Ela nascera com 4 seios e era chamada de Otim. O rei adorava sua filha e não permitia que ninguém soubesse de sua deformação. Este era o segredo de Otim.
Quando Otim cresceu, seu pai aconselhou-a a nunca se casar, pois um marido, por mais que a amasse, um dia se aborreceria com ela e revelaria ao mundo seu vergonhoso segredo. Otim ficou muito triste, mas acatou o conselho do pai.
Por muitos anos, Otim viveu em Igbajô, uma cidade vizinha, onde trabalhava no mercado. Um dia, Odé chegou ao mercado, e ficou tão impressionado com a beleza de Otim, que insistiu em casar-se com ela. Otim recusou seu pedido por diversas vezes, mas, diante da insistência de Odé, concordou, impondo uma condição: Odé nunca deveria mencionar seus quatro seios a ninguém .
Odé concordou, e impôs também sua condição: Otim jamais deveria por mel de abelhas na comida dele, porque isso era seu tabu, seu ewó.
Por muitos anos, Otim viveu feliz com o marido. Mas como era a esposa favorita, as outras esposas sentiram-se muito enciumadas. Um dia, reuniram-se e tramaram contra Otim. Era o dia de Otim cozinhar para o marido; ela preparava um prato de milho amarelo cozido, enfeitado com fatias de coco, o predileto do caçador. Quando Otim deixou a cozinha por alguns instantes, as outras sorrateiramente puseram mel na comida.
Quando o Odé chegou em casa e sentou-se para comer, percebeu imediatamente o sabor do ingrediente proibido. Furioso, bateu em Otim e lhe disse as coisas mais cruéis, revelando seu segredo.
A novidade espalhou-se pela cidade como fogo. Otim, a mulher de quatro seios, era ridicularizada por todos. Ela, fugiu de casa e deixou a cidade do marido, voltando para sua cidade, Otã, e refugiou-se no palácio do pai. O velho rei a confortou, mas ele sabia que a noticia chegaria também a sua cidade.
Em desespero, Otim fugiu para a floresta. Ao correr, tropeçou e caiu. Nesse momento, Otim transformu-se num rio, e o rio correu para o mar. Seu pai, que a seguia, viu que havia perdido a filha. Lá ia o rio fugindo para o mar. Querendo impedir o Rio de continuar sua fuga, desesperado, atirou-se ao chão, e, ali onde caiu, transformou-se em uma montanha, impedindo o caminho do rio Otim para o mar. Mas Otim contornou a montanha e seguiu seu curso. Otim é cultuados até hoje em Otã. Odé, o caçador, nunca se esqueceu de sua mulher.
Outro Itan diz que Otim foi criada pela imaginação de Odé , pois era muito sozinho. Ele imaginou tanto e com tanta vontade uma companheira, que Otim apareceu para ele, sendo segundo este itan, na mitologia o único Orixá que não esteve viva na Terra.
Sou filho de Pai Odé e Mãe Otim, descobri em 2006, até lá eu achava que era filho de Pai Xapanã, pois hoje eu tenho orgulho de ser filho desse Pai e dessa Mãe que me orienta pelo mundo e realizando os meus sonhos.
OKÊ BAMBO OKÊ OKÊ ARO